Saturday, August 6, 2011

Desde La Paz

.desenho desde cochabamba.
Imagine um lugar onde a maior parte da população é descendente índigena* e todos vivem adaptados ao sistema vigente. Agora visualize uma cidade onde tem mais transporte informal, lotação e taxis do que carros familiares e transporte público, adicione uma pitada de  índigenas remanescentes do campo comercializando mantimentos, tecidos e roupas pelas calçadas - ainda não terminei - para finalizar salpique uma porção de turistas europeus, de mochila ou sem, dislumbrados com um país subdesenvolvido mas que compram turismo pelo dia,  bebem pela noite e estão indo ou voltando de Cuzco. Assim te descrevo o que tem sido a Bolivia daqui onde vejo.
As cholas, estas mulheres de origem campesina mesclada com roupa espanhola e tecidos nativos, parecem ter parado no tempo com a vestimenta e estão comendo o tempo todo. Sopa.
Agora dois aspectos bem positivos deste país: 2 semanas em uma grande cidade e só vi 1 supermercado e a segunda é que as mulheres transformam a cidade em um mercado a céu aberto, informal e com produtos muitas vezes naturalmente orgânico. Não vi 1 resquicio de selo orgânico, onde uma ou mais empresas controlem este mercado. Talvez fiquei demais nas ruas, mas é isso que vi. Parece que entrei em um túnel do tempo mas fiquei metade no dia de hoje. É muito agradável sentir a proximidade da terra em uma calçada urbana. O cúmulo da globalização? É ver uma chola jogando um pouquinho de coca cola no asfalto, para a Pachamama ora bolas! A coca não é daqui? Então.
Que Camelia Sinensis o que, chá de coca é delícia, daqui, deste continente.

Uma receitinha, que tal?
Aqui vou te falar do quitute andino Cuñape, parecido demais com nosso pão de queijo mas não vai óleo na receita e bem pouco ovo.
Segue:

Cuñape

(rendimento: vários)

500 gramas de queijo criollo (no nosso cado de queijo meia cura) ralado
400 gramas de amido de mandioca (usar polvilho doce)
1 ovo
Leite e/ou água a olho (hihih)

Preparo:
Misture todos os ingredientes até formar uma massa bem compacta, se estiver muito seco agregue mais água ou leite.
Forme pequenas bolitas e leve ao forno quente em forma untada até que os cuñapes fiquem douradinhos.

Dica local: Para o cunãpe ficar suave e ñ pesado, deve misturar tudo rápido, sem amassar muito e esteja certo que o forno esta quente antes de assar. Falô?
Tchau.

*principais quechuas e aymara.
Perdona meus erros ortográficos e gramaticais. Human in transicione.




2 comments:

Gustavo said...

Gostei do seu artigo mas tem uma coisa errada: o nosso cuñapé é de Santa Cruz de la Sierra e não de La Paz.

Anonymous said...

Ó Gustavo, não só de Santa Cruz, mas também do Beni e Pando, ou seja de todo o oriente boliviano