Friday, March 27, 2015

Creme de inhame com louro fresco


.resquícios de um almoço.
{vegan}

[creme de inhame feito com Carol querida]

Este creme da foto foi preparado na aula de cozinha criativa, com a amiga Carol Godefroid, e quis repetir a dose pois ficou tão gostoso, foi finalizado com azeite de pimenta e florzinha de erva doce da horta, bom demais.

No começo do mês recebi em casa a Ana Laura, do blog Pistache gourmet, e fiz um almoço pra gente. Foram três receitas que formaram um único prato: Creme de inhame [de novo!], Azeite de pimenta e Quinoa negra temperada. 

{A qualidade dos ingredientes é algo que sempre devemos considerar}

O Inhame e a cúrcuma consegui com uma produtora de orgânicos de Ibiúna que agora esta vendendo em dois pontos de Sorocaba, ela se chama Josefa e no final do post indico onde a encontrar.

Em casa temos a honra de ter um pé de louro bem próximo a cozinha, aliás se você tem quintal é algo a se pensar pois o sabor da folha fresca é outro quando comparado ao louro seco, nem melhor ou pior, simplesmente diferente.



A receita é extremamente simples mas para executa-la é preciso ter um leite de castanha em mãos, se não souber como preparar confira aqui.


Creme de Inhame com louro do jardim


500g  inhame (preste atenção pois em alguns lugares do Brasil inhame é cará e em outros cará é inhame)
500 ml de leite de castanha do pará
500 ml água fervente [aproximadamente]
4 folhas de louro fresco
1 fatia de cúrcuma fresca OU 1 colher de café rasa de cúrcuma em pó (também conhecido como açafrão da terra)
Puxuri ralado a gosto
Sal a gosto

1.Descasque e pique o inhame em pedaços grandes, reserve. Aqueça uma panela de fundo grosso e derreta o óleo de coco, em seguida doure as folhas de louro com a cúrcuma  e adicione o inhame, mexa bem e assim que começar a dourar adicione a água e o leite. O liquido deve ser o suficiente para cobrir o inhame, não mais que isso.
Assim que ferver abaixe o fogo e adicione o sal, cozinhe até o inhame ficar macio.
Retire as folhas de louro, finalize com puxuri* ralado a gosto e triture a sopa no liquidificador até ficar cremosa, se o copo do liquidificador for de plástico espere esfriar um pouco antes de bater.
Sirva em cumbucas, finalize com uma colher generosa de quinoa cozida  e finalmente o molho de pimenta.

Obs: O louro em excesso causa sonolência e neste dia eu senti um pouco pois usei 8 folhas, então achei melhor diminuir para 4. Mas se for de noite, no fim de um dia agitado, porque não?

Azeite de pimenta com menta


A região de Votorantim/Sorocaba é perfeita para cultivar pimentas, os pés de casa quase sempre estão fartos e costumam oferecer muito mais do que precisamos. Faz 3 semanas fui cozinhar na Fazenda da Toca e levei uma cesta cheia de pimenta para um almoço {foram douradas com umbigo de banana} e mesmo assim o dia que a Ana veio o pé de dedo de moça estava tão carregado que alguns galhos encostavam no chão. Como pode?

Para compor o molho usei ervas da horta, orégano e muita menta.

Atenção! Este molho, ou azeite, costumo preparar com a pimenta dedo de moça sem a semente, se for usar pimentas mais fortes procure fazer em lugar aberto para não causar problemas, já que o calor também  traz  as características da sua pimenta para o ar, portanto verifique se ninguém é alérgico no local antes de preparar. Não me responsabilizo pelos eventuais danos que este preparo pode trazer, afinal as pessoas e as pimentas são distintas! Ok, ufa, vamos a receita!

10-20 pimentas dedo de moça cultivadas sem agrotóxico
1 cabeça de alho cortada ao meio com casca e tudo
Folhas de menta e orégano fresco
200 ml de azeite de oliva extra virgem

1.   Corte as pimentas de comprido e raspe toda a semente fora, fatie as pimentas em tirinhas e reserve, se for preciso use luvas para não queimar as mãos. Aqueça uma frigideira de fundo grosso e adicione 1 colher de sopa de azeite, coloque o alho no azeite com a parte cortada virada para a  frigideira e deixe dourar, adicione as ervas e mexa lentamente, em seguida adicione a pimenta em tiras e doure levemente. É bom abrir as janelas pois o ar pode ficar bem picante, vai depender da pimenta. Mexa até dourar e então desligue a chama. Aguarde 5 minutos e então adicione o restante do azeite até cobrir as pimentas por completo e deixe curtir com a pimenta e os temperos. Guarde tampado, depois de frio, em temperatura ambiente por 1 semana ou na geladeira por até 3 semanas.

A quinoa temperada não tem segredo, é só lavar bem as sementinhas e cozinhar até ficar al dente. Depois de cozida tempere com sal, limão, azeite e cebolinha picada na hora. Pronto!



Olha a mesa que simples ficou, precisa mais?  O dia estava chuvoso e a sobremesa foi no ateliê ;)



*O Puxuri é uma especiaria encontrada, principalmente, na Amazônia e é simplesmente deliciosa, tenho usado e abusado desta delícia. É considerada a noz moscada brasileira e pode ser usada em diversos preparos.

A Josafa, que produz e vende orgânicos na região fica aos sábados na feirinha agroecológica do parque Chico Mendes e agora abriu um Box no Ceagesp de Sorocaba.

Tuesday, March 17, 2015

Farofa de maracujá


.o que fazer com a sobra do leite parte II.



Quando inserimos o preparo de leites vegetais, como amêndoas, castanhas, coco, gergelim e outros na rotina de nossa cozinha começamos a lidar com um novo ingrediente, subproduto do leite, a polpa. Não se familiarizou com o que estou dizendo? Confira como fazer  o leite aqui neste post.

O que podemos fazer com elas?


O ano passado fiz um post, aqui, após receber uma pergunta da Laura Pires questionando o que eu fazia com ela. Até hoje não sei se é a Laura Pires que dá aulas de ayurveda, mas vamos a receita.

No final de semana preparei uma espécie de Granola, ou farofa doce, que ficou deliciosa. Minha avó comeu muito, foi engraçado.


Granola ou farofa?






Farofa de maracujá


.vegan.

Dica: não se prenda as quantidades, sugiro medidas para quem esta aprendendo a cozinhar.

1 xícara de polpa de coco que sobrou do leite
1 xicara de polpa de amêndoa que sobrou do leite
1 xícara de amaranto em flocos
½ xícara de gergelim (ou outras sementes)
3 colheres de sopa de óleo de coco
3 colheres de sopa de melado de cana
1 maracujá
1 xícara de frutas desidratadas (usei goji, uva passa e nibs de cacau)

1. O primeiro passo é aquecer teu forno a 160-180 graus.
Pegue uma assadeira e coloque sobre a chama do fogão, adicione o óleo, o melado e a polpa do maracujá com semente e tudo, mexa até tudo se misturar e desligue o fogo. Adicione as polpas, o amaranto e o gergelim, mexa novamente e espalhe bem sobre a assadeira.
2.  Leve para assar até dourar e ficar bem sequinho. Deve levar cerca de 30 minutos no forno, mexa a cada 10.
3. Assim que ficar dourada adicione as frutas e pronto. Esfrie por completo e guarde em potinho de vidro.
Se a farofa ficar bem sequinha, sem grumos de maracujá levemente úmidos, ela vai durar bastante.

Uma alternativa para os interessados e adeptos da cozinha viva seria secar a farofa no sol, sem o melado e sem o óleo OU no desidratador de alimentos.
Confira o que este pessoal esta fazendo!


Obs:



Parece um pouco gorduroso pensar em amêndoas e coco na base mas na real a polpa é bem diferente do ingrediente por inteiro, pois parte da gordura já foi embora com o leite.


*Achei este livro, durante um período de busca em 2006, na cidade de Sevilla. É de um centro de pesquisa de informação e consumo, tem vários títulos interessantes e uma pesquisa na redução do consumo, bem interessante, dá uma olhada.

Monday, March 9, 2015

Encontros culinários






.um brinde ao melhor lugar da casa.


Esta semana  acontecem duas aulas:

• Especiarias { uma aula que vira jantar }
   Quinta feira - 12.03 - 16:30




O cardápio da aula não é indiano, mesmo sendo uma aula de especiarias!

Menu

Néctar amarelo (v)

Entrada egípcia (v)
Creme de beterraba com tangerina + molho de mostarda (v)

Paratha (pão) (v)
Abóbora assada com massala Persa (v)
Burguer de couve flor (v)
Cozido Marajá (v)

Brownie
Frutas ao creme de lavanda e amburana

(v) - vegan

• Confeitaria vegan  {aula com almoço incluso}
   Sábado - 14.03 - 10:00


Uma aula onde elaboramos doces sem usar ingredientes de origem animal.
Vou compartilhar conhecimentos de confeitaria que adquiri em confeitaria clássica e transformei em algo mais próximo ao natural e mais simplificado para a cozinha de casa.
Alguns docinhos levam somente frutas e outros levam açúcares não refinados como melado, mascavo, rapadura, açucar de coco e outros.

As turmas são pequenas e os ingredientes, em sua maioria, são orgânicos/agroecológicos.


Todas as aula serão em Votorantim - SP - 80 km de São Paulo
Mais informações: pratopapel@gmail com   11 99794 1362


Friday, March 6, 2015

O fermento químico é transgênico! E agora?

.pobre bolo.

O fermento químico tem a função de fazer teu bolo crescer e ficar mais fofinho, além de deixar teus biscoitinhos mais aerados. Em algumas receitas é possível substituir simplesmente por bicarbonato  e outras somente usar clara em neve, como no pão de ló, mas algumas pedem uma ajudinha maior. Se você não come bolos, ótimo, já pode parar de ler, rs.



O fato é que tá tudo liberado.
Infelizmente o governo permite o uso de transgênicos na produção agrícola do país, veja esta entrevista,  e o consumidor que quer evitar o consumo tem o dever de ler os rótulos e deixar de comer aquele bolo na casa da tia, principalmente o de fubá. A grande maioria dos produtos derivados do milho são transgênicos, observe este símbolo nos rótulos brasileiros que alegam o uso de OGM:



Os fermentos químicos, usados para bolo, são quase todos transgênicos no Brasil. Dr. Oetker, Fleshman, Royal e Dona Benta. Mas porque? Pois  a composição usa amido de milho transgênico.

O ano passado comprei durante uma viagem este fermento:





É orgânico e em sua composição levam 3 ingredientes: suco de uva concentrado (cremor de tártaro), amido de milho orgânico e bicarbonato de sódio. É simples.

Por aqui nenhuma empresa decidiu fabricar, mas se você gosta de fazer bolos não se preocupe! É possível preparar o próprio fermento em casa e é muito muito fácil e barato, basta misturar:

2 partes de cremor de tártaro
1 parte de bicarbonato de sódio
1 parte de amido (pode ser de milho não trangênico, polvilho doce, fécula de batata...)

Misture bem, guarde em um potinho de vidro e use normalmente.

Atenção! Se você for misturar e usar na hora não precisa o polvilho. O amido é só para evitar que a umidade prejudique o fermento enquanto estiver guardado.

O cremor de tártaro você encontra em lojas de confeitaria, não fique com medo do nome, ele é apenas um subproduto que sobra do mosto da uva durante a produção de vinho. Legal né?

Quando usei este fermento da foto pela primeira vez preparei um bolo para levar na casa dos amigos Huan e Maria. Fazia um tempo que uma farinha de castanha portuguesa se acomodava na cozinha, estava ali aguardando seu Grande dia.

Fiz um bolo de castanha portuguesa e só, um pão de ló fofinho que não levou trigo, mas somente a farinha de castanha.


Esta farinha minha mãe trouxe da última vez que ela esteve em Haute de Provence, região onde acontece a colheita da lavanda, oh yes! A farinha estava aromatizada naturalmente com lavandas. O bolo ficou divino e bem docinho, afinal a castanha é doce e eu ainda usei mascavo.

























Já adianto que é um bolo doce, uma pequena fatia já satisfaz, é fofo demais.
A fórmula dele é extremamente simples:

Bolo de castanha portuguesa
.sem glúten.

150g farinha de castanha portuguesa
5 un ovo caipira de verdade
1 1/2 xícara de mascavo
1 colher de chá de fermento

1. Aqueça o forno a 180 graus. Bata o mascavo com os ovos na batedeira, usando o globo, até ficar bem fofo.
2. Com uma espátula tipo pão duro incorpore a farinha e o fermento aos poucos, mexendo delicadamente para não perder a aeração.
3. Coloque em forma untada e asse até dourar ou um palitinho sair limpo.
4. Coloque a cobertura de sua preferência.