Thursday, October 22, 2015

Creme de açai feito em casa

.da série delícias de um liquidificador.


Aquele dia levei preparos que fazem parte da cultura brasileira contemporânea e o açaí  também foi.
- Dá pra fazer açaí batido só com banana, sem o xarope?
- Já vem batido.

A popular  tigela de açaí, que leva a polpa da fruta batida com xarope de guaraná e banana, nem sempre é saudável. O xarope é extremamente doce e tem muito mais açúcar que guaraná.

A real é que preparando em casa você pode fazer com o que lhe parece mais conveniente para teu corpo. E, se for o caso de adicionar guaraná, por que não ele puro?

Ontem na aula do Sesc preparamos um açaí com o que foi encontrado pela cidade, a idéia era mostrar esta possibilidade e não uma receita em si. O Açaí não é uma fruta doce, mas se quiser um paladar doce podemos mesclar com outras frutas como uva, banana e até suco de tangerina.

creme de Açaí caseiro

3 porções

200g polpa de açaí
1 xícara de suco de uva orgânico sem açúcar
1 xícara de amoras
2-4 bananas - abacate também funciona muito bem

É só bater tudo colocar em uma cumbuquinha e finalizar com granola caseira, frutas, tapioca crocante ou o que preferir. Finalizamos o nosso com coco fresco torrado com cúrcuma, caqui de Piedade e um fio de mel que trouxe de São Joaquim.
Não coloquei guaraná pois já era noite, deixei opcional para cada um!

Confira outras receitas preparadas com açaí:

Suco roxo escuro
Suco roxo escuro n.02



Tuesday, October 20, 2015

Hambúrguer vegan de quinoa

.delícia fácil.



Foi mal, sei que preciso me desculpar pois já é a terceira receita de hambúrguer de quinoa do blog mas é que é tão fácil de fazer que compensa repetir muitas vezes.

Confira as outras:
Hambúrguer de quinoa n. 01
Hambúrguer de quinoa n. 02

Esta variação foi preparada em uma aula que aconteceu com o grupo Juventudes do Sesc Sorocaba e a galera aprovou! Fizemos um a base de batata e salsinha e o outro a base de mandioquinha e nirá.

Hambúrguer de quinoa da Juventude

1 xícara de quinoa cozida*
1/2 xícara de  mandioquinha cozida e amassada
Farinha de mandioca
Ervas (usamos nirá, salsinha e cebolinha)
Azeite de Oliva extra virgem
Sal

*Lave bem e a quinoa e cozinhe em água abundante até ficar macia, escorra.

1. Misture a quinoa com a mandioquinha e as ervas, acerte o sal e por último adicione a farinha de mandioca até dar a "liga" e consistência desejada. Lembre-se que menos é mais pois muita farinha pode deixar o preparo massudo.
2. Molde os hambúrgueres e em seguida doure, ambos os lados,  em uma frigideira bem quente com um fio de azeite ou óleo de coco.

Confira no um vídeo como preparar uma outra variação: um hambúrguer somente com quinoa e também como preparar a maionese de abacate que o acompanha deliciosamente.



Na aula servimos com um pão de hambúrguer caseiro, experimente fazer o seu em casa ;)

Wednesday, October 14, 2015

Suco Herbal

.fim de tarde refrescante.


Fez calor, sede. Sabe?
Final de tarde tomei providência e venci a preguiça ao preparar um suco com ervas refrescantes. Usei como base uma pêra por pessoa pois era o que tinha, mas você pode usar maçã, abacaxi, melão ou outra fruta clara e com bastante água.

Para refrescar usei folhas de erva-doce, suco de limão galego,  hortelã e um punhado de menta - tudo fresco, óbvio.

Mas aí você me pergunta qual a diferença entre menta e hortelã? Mentha é um gênero da família Lamiaceae e as espécies são muitas, você logo percebe observando formato, tamanho, cheiro e gosto.
Vale usar várias!


É só colocar no liquidificador:

Pêras (ou outra fruta)
Mentas
Hortelã
Cabelinho de erva-doce
Limão Galego - suco sem a semente

E para "empurrar" os ingredientes use um pepino ou abobrinha. Bate e em seguida coe em um tecido de linho ou voal. Pronto.

Costumo por muita salsinha no meu suco de ervas mas não tinha no jardim, precisa plantar.











Friday, October 9, 2015

Delícias na ilha + pão de açaí

.servir é bom.


Agora que a poeira baixou posso escrever o tanto que foi.

Foi Super tudo.

Semana retrasada  Kathy Cooper estava em Floripa e conduziu um workshop na escola da Kaká, a Samatva. O tempo mostra que as situações também se desenvolvem em espiral, a experiência do ano passado evoluiu e este ano servi o café da manhã após a prática de yoga. Danilo e Petra me ajudaram no processo e o resultado foi interessante.

Começava a praticar um pouco mais cedo para conseguir sair a tempo de montar tudo, e só um dia consegui fazer a prática de asanas completa, os outros dias eu preferi fazer menos e ter mais calma na hora de servir. Em outras épocas já cometi a experiência de fazer tudo e querer mais mas nesta loucura atual menos é mais.



Confira as fotos da Kike Kreuger:


         Olha ele aí! O caqui desidratado - inteiro - da região de Piedade apavorou, quem provou sabe. É uma iguaria japonesa muito antiga e muito doce, todo o açúcar vem da desidratação dos açúcares da própria fruta, levei de um produtor aqui da região perto de casa pois imaginei que seria uma novidade para o pessoal de Floripa e de outras partes do Brasil que viajam justamente para praticar yoga ali.


          O muesli sirvo sempre, acho um alimento fácil e maravilhoso pois você pode montar com os ingredientes que preferir e alimenta.


     
        Após a prática era o momento de todos se alimentarem e depois tinha mais uma aula focada em temas específicos da prática - Ashtanga estilo Mysore. Um dia por conta dos pranayamas a comida foi servida mais tarde e optei por servir opções mais salgadas como a Torta de abóbora - com massa a base de batata doce - e a salada Crók.

       No dia da Torta de maçã com gengibre e cúrcuma e do Creme de framboesa com a Granola Alegria tudo ficou naturalmente mais atraente. Quando o café acabou alguém avisou que era o dia de entrada da Primavera, sem querer comemoramos a entrada desta estação usando flores, pura conexão.



   

Este lindo da foto intitulamos Mingau feminino  e colocamos junto com a chia - que hidratava em leite de girassol -  pétalas de hibiscus (sabdariffa) desidratadas.
Ao hidratar a flor formou focos de puro amor. Não sei. Petra e eu sentimos que algo de feminino estava pelo ar, talvez fosse a influência da teacher que é um doce e tem algo de tão inspirador. Além da flor e do amor acrescentamos cassis desidratado e no dia seguinte finalizamos com amoras orgânicas, bananas maduras e mel da região. É simples, mas feminino, rs.



      Petra fez pra gente limão rosa - dali da casa - com cravinhos para espantar as moscas, olha que lindos:



  Danilo trouxe Jatobá e preparamos Cookies e o Mingau Tobá. Pra quem não conhecia ficou conhecendo este ingrediente de aroma intenso e textura única.



 
  O Açaí do último dia ficou gostoso com a granola Samatva, mas não fez tanto sucesso quanto o pão de açaí na chapa com óleo de coco.
   A foto do pão não ficou tão sensacional pois foi eu mesma que fiz (e não a Kike), mas o sabor e textura agradou. Não foi a primeira vez que preparei este pão, desde 2012 venho amassando ele  e posso te dizer que dá certo usando a polpa da fruta, em pó ou liofilizado. O foco é entender como funciona o processo de um bom pão e como incluir ele - o açaí - na receita. Este ano cheguei a  serví-lo no evento da Marie na Biblioteca Monteiro Lobato e teve boa aceitação, a cor é similar ao pão australiano que leva malte, sabe?



     Como fermento usei um que preparei com o caldo de cana, por indicação da Mariana. Para entender mais o que é uma cultura que produz a massa azeda confira aqui. Se você não tem uma massa azeda/fermento vou te explicar como fazer a que usei na receita deste pão:

  250 ml de caldo de cana
  2-3kg farinha de trigo orgânica, aproximadamente
  água boa

Já adianto que o ideal é iniciar o processo a noite ou pela manhã pois este sistema que costumo fazer tem uma alimentação de 12 em 12 horas a uma temperatura de 26 graus aproximadamente.

1. Deixe o caldo de cana de 2 a 3 dias fora da geladeira ou até fermentar, você percebe pelo cheiro. Se onde você morar for muito quente, no nordeste por exemplo, pode ser que fermente muito rápido, já na região sul pode levar mais que 3 dias. Pois bem vamos ao próximo passo.
2. Transfira o caldo de cana fermentado para uma bacia funda, você vai perceber um gás nele como se fosse refrigerante, e então adicione 250g de farinha de trigo. Eu usei uma branca e no decorrer do processo fui adicionando a integral.
3. Amasse bem até formar uma massa, polvilhe um pouco de farinha, cubra com um pano e deixe descansar em local fresco e arejado por 12 horas.
4. Após o descanso você vai ver que a massinha cresceu um pouco e agora precisamos alimentar ela novamente para continuar o processo de criação do fermento. Pese e adicione a mesma quantidade de farinha, no caso 500g de farinha e 500 ml de água. Misture bem até formar uma massa, polvilhe farinha e deixe novamente fermentar por 12 horas.
5. Você precisa seguir este processo até que a massa aumente o dobro ou mais dentro deste período de 12 horas, quando isto acontecer teu fermento está pronto e aí pode começar a usar nas receitas. Pode ser que a massa comece a ficar grande demais para a sua produção caseira e, neste caso, quando for alimentar descarte metade da massa e alimente a metade restante. Uma outra maneira de fazer, ao invés do esquema 12-12 é alimentar a massa toda vez que você perceber que ela está em seu ponto máximo, ou seja antes de começar a "murchar". É um pouco esquisito de explicar para quem nunca fez um fermento antes mas na real faz muitos anos que os homens estão fermentando pão no mundo e existem muuuuuuuuuitas receitas para iniciar um processo de fermentação, é um estudo muito interessante.

Ok! Uma vez que você tem a massa azeda pronta você vai precisar de:

250g massa azeda
1-2kg farinha de trigo orgânica (pode usar branca, integral ou as duas misturadas)
4-6 colheres de sopa de açaí orgânico liofilizado ou 300g de polpa diluída na quantidade de líquido
Água boa
Sal do bom

1. Misture a massa azeda com 500g de farinha de trigo e aproximadamente 400 ml de água, misture até formar uma massa macia, polvilhe farinha e deixe dobrar de tamanho, dependendo da temperatura do seu lugar e da força do seu fermento pode levar 6 horas ou até 12 horas. Uma vez que a massa dobrou o volume você deve pesar e adicionar o dobro de farinha, o açaí, o sal e água suficiente para formar uma massa macia. 
2. Sove bem a massa e deixe dobrar de volume em local arejado. Assim que crescer molde os pães e coloque em assadeiras, deixe fermentar mais um tempinho até crescerem e então asse em forno pré aquecido a 200 graus.

Não é tão fácil, mas para quem gosta de fazer pão vale, eu mesma amo. Recentemente descobri que Hanny Guimarães está fazendo maravilhas com pães, ela é uma jornalista fantástica que conheci na época que estava desenvolvendo cardápio para o The Gourmet Tea, na época ela era especialista em chás mas agora pelo jeito seu foco são os pães, trabalho lindo!






Florianópolis sempre me recebe de braços abertos e me acolhe, só tenho que agradecer.

Sunday, September 13, 2015

Yoga + Café da manhã em Floripa

.delícias nômades.






Em breve estaremos preparando - temporariamente - um café da manhã em Florianópolis na escola de yoga da Kaka, a Samatva Yoga. A ocasião será um workshop de Ashtanga Yoga com a maravilhosa Kathy Cooper. Quem não participar pode ir somente para o café ;) e dar um abraço na gente!

O café da manhã será simples, caseiro e feito com muito amor. Estarei com o projeto granola durante o evento ;)


Local: Samatava Yoga
Data: 19 - 24 setembro


Sunday, August 30, 2015

Paz, Amor e Granola

.caseira.



Que história é essa de fazer livro de Granola.
Nesta altura do campeonato é um tanto quanto estranho visualizar como tudo isso começou mas vou tentar.


  (granola Kruah!)

Foi uma espécie de estimulo local, te explico. 
Quando fui convidada para participar do bazar do MACS levei entre outras coisas algumas granolas vegans a base de amaranto e foi tudo embora. Depois de um tempo recebo um sms: "Rita, aqui é fulana de tal e gostaria de comprar mais granola...como fazemos?". Expliquei que não fazia granolas para vender e que foi apenas uma ocasião. Ela insistiu.
Quando me dei conta já tinha outros clientes e após algumas fornadas comecei a perceber que não tinha o menor sentido eu virar uma "fazedora de granolas". Afinal já executava muitas outras coisas que me davam mais entusiasmo, então o que fazer? Pensei que as pessoas pudessem usufruir deste preparo e assim comecei a anotar as receitas e vender junto com a granola. E porque não um livro com elas?

Granola - um projeto independente é um projeto de livro de receitas que começou no início deste ano e tem como propósito a realização de um material - impresso e digital  - de maneira independente e exclusivamente com receitas de granola e variações de apresentações e formatos como triângulos e as populares barrinhas.

Mas Porquoi?
A granola é um "símbolo" da alimentação saudável mas que foi devorada pela indústria e muitas vezes leva ingredientes nem tão saudáveis como conservantes, óleos refinados e aromatizantes artificiais. E por outro lado é um preparo relativamente fácil de fazer. 
Com estas sugestões de receitas gostaria de inspirar as pessoas a serem mais independentes nas escolhas e nos preparos de suas granolas e por isso gostaria de passar esta idéia através de um livro. Afinal granola caseira é uma delícia. 


   (granola amore)

O que é a granola, ora bolas.
Em latim granum é semente. A granola, intitulada primeiramente como Granula, foi um preparo desenvolvido em 1863 por Dr. James Caleb Jackson onde o cereal era assado até ficar crocante e posteriormente servido frio. Não demorou muito para Dr. John Harvey Kellogg copiar a idéia e reproduzir a receita em sua própria clínica, para não ter problemas legais mudou o nome e registrou como Granola. Em 1889 Kellogg já estava vendendo 2 toneladas do cereal por semana, pode? Eu não quero ser igual a ele, Calma!!!
Atualmente o único país que tem a patente para o nome Granola é a Australia.
Muita gente confunde mas a granola é diferente do muesli, ela é assada e crocante enquanto o muesli é um preparo cru que passa pelo demolho.

Paz, amor & Granola 
O movimento hippie contribui para a fama da granolaDurante o festival Woodstock entre tanta dança e curtição muitos esqueceram de levar comida e a organização teve problemas em incluir estrutura de alimentação no orçamento inicial do evento - o que trouxe a escassez. Como o local era distante e não tinha água corrente, luz elétrica e fornecimento de comida a granola ajudou a suprir a fome do público, afinal tem boa durabilidade e é bastante energética. E assim ela virou a queridinha entre os hippies ;)

Desenvolvimento
As receitas já estão sendo desenvolvidas e inclusive vendidas. Quem compra ajuda a financiar o desenvolvimento de uma receita e como brinde já ganha a receita. Neste processo atual também já estou testando as possibilidades de impressão e diagramação. Procuro usar uma variedade de ingredientes de forma que fique claro as possibilidades existentes. Muitos ingredientes são orgânicos e de origem agroecológica. Ainda não sei se vai ter fotos ou desenhos, só sei que vai ter granola de todos os tipos vegan, sem glúten, com glúten, crua, viva, assada, sem açúcar, adoçada... 


(creme de abacate e especiarias + calda de cacau + granola latina)

Os lotes
Os lotes de granola são pequenos, em torno de 5 a 25  potes por receita no máximo. A idéia inicial era completar 15 receitas e, na altura deste post, estou finalizando a 09 - Granola Asteca - e estou sentindo que vou ultrapassar a meta. A Granola Batuta - primeira receita de granola do blog - não foi comercializada mas  financiada quando ganhou vida com o iogurte natural orgânico da Toca, e por isso ela vai entrar no projeto.

                                                                                       
        (granola ouro)                                        
         (granola chocolate)

Diversidade
Comecei assando as granolas em forno à lenha, depois migrei para o forno a gás e atualmente estou nas receitas preparadas em desidratador elétrico e o que vem depois não posso mais contar pois ainda precisa ser realizado.

Para quem não cozinha fica difícil entender que o processo é simples, mas ao fazer duas ou três receitas já é possível entender o processo de elaborar uma granola e quando você menos esperar vai produzir a própria granola em casa. A parte boa de aprender  a fazer é que você pode elaborar uma personalizada com os ingredientes que são ideais para o seu organismo e que estão de acordo com a realidade ao seu redor.


       (triângulos de quinoa e amaranto)

Assim que conseguir finalizar as receitas a parte da produção do material impresso provavelmente será através de financiamento coletivo ou patrocínio, estou aberta. Por enquanto a elaboração - que consiste em desenvolver, testar/produzir, padronizar, escrever e distribuir esta sendo financiada pela própria venda de granolas. 

Se você quiser participar do processo adquirindo uma granola você pode me contatar pelo email: pratopapel@gmail.com ou quando sobram algumas disponibilizo pela lojinha.

Logo mais tem mais ;)



+:NY Times
Huffington post


Friday, August 28, 2015

Sopa Terra

.delícias de segunda a noite.

Quando a gente conhece bem a pessoa fica um pouquinho mais fácil de agradar com uma receita. Você que cozinha sabe, né? Mistura alguns ingredientes que ele aprecia, boa intenção, uma generosa pitada de presença e pronto! Deu certo.

Cozinhar pode ser um ato de amor, ou só é.

Ele me disse que a sopa deveria se chamar Terra e agora olhando para os ingredientes acho que tem a ver. Pois sim, temos batata, gengibre e cebola, ingredientes que se desenvolvem praticamente na terra. A cara dele.

4 porções

2 un de batata doce
1 porção de cogumelo shitake
1 cm de gengibre ralado com casca
2 un de cebola roxa
1 punhado de acelga japonesa
sal a gosto
1 pitada de pimenta baniwa - tô viciada!
Azeite para finalizar

1. Coloque 1,5 litros de água para ferver, enquanto isso descasque as batatas e corte-as em rodelas e em seguida em quatro, ou seja, "em quartos". Coloque na água e assim que ferver abaixe o fogo.
2. Fatie a cebola e adicione na água com o gengibre e prossiga adicionando os demais ingredientes.
3. Corte a parte fibrosa do talo do shitake e descarte, com ajuda de um pano ou papel toalha retire resíduos de terra e fatie os cogumelos ao meio, coloque na panela, adicione sal e deixe cozinhar por 5 minutos.
4. Fatie a acelga e adicione na sopa, mexa e desligue. Finalize com uma pitada de pimenta e um bom fio de azeite. Pronto pode servir.


Wednesday, July 29, 2015

Sopa doce

.e picante.

Não! Isto não é uma sopa sobremesa.


A sopinha de ontem tava doce igual batata doce. Ficou bem picante também e foi um pouco engraçado pois a cada colherada era preciso respirar um pouco, tudo isso por conta da pimenta - tipo jiquitaia -  que é cultivada pelas índias da etnia Baniwa.

{confira também esta receita fácil com a pimentinha}

O mini inhame não é uma nova variedade gourmet, não se preocupem! Haha. É porque ele realmente estava pequeno.

Sopa doce e picante

4 un batata doce tamanho médio
3 inhames pequenos
1 cebola picada
1 colher de sopa de óleo de coco - tenho usado este
2 cm de gengibre - ralar com casca
Sal do bom a gosto
1 pitadinha de Puxuri ralado OU noz moscada
1 pitadinha de pimenta baniwa
Água

1. Descasque a batata  e o inhame e pique em pedaços aleatórios.
2. Coloque cerca de 2 litros de água para ferver.
3. Em uma panela funda doure a cebola no óleo de coco, adicione o gengibre e deixe cheirar um pouquinho. Adicione o inhame e a batata, mexa e adicione a água até cobrir todos os ingredientes.
4. Assim que ferver abaixe o fogo, adicione o sal a gosto e cozinhe por cerca de 20 - 30 minutos.
5. Triture no liquidificador até virar um creme, volte para a panela e finalize com o o puxuri e a pimenta. Ajuste o sal e sirva.

Ps: Se o seu liquidificador tiver um copo de plástico espere a sopa amornar para bater ou - melhor - amasse os ingredientes e cozinhe mais um pouquinho até ficar mais homogêneo.

Na real boa companhia is the best ingredient, a refeição é mais um detalhe.

Sunday, July 19, 2015

Bolo de macaxeira

.da série delícias de um liquidificador.


    Semana passada produzi comidinhas para o evento do projeto Tecendo Saberes que aconteceu na biblioteca Monteiro Lobato em São Paulo. O bufezinho foi servido no final da programação após bate-papo, cineminha e  contação de histórias. A Marie Ange Bordas, idealizadora do projeto, mostrou com seu trabalho a realidade de crianças do norte do país com o Manual das crianças do Baixo Amazonas (Cachoeira Porteira, Cuecé, Mondongo, São José e Silêncio) e também com o Manual das crianças Huni Kui (Acre). O material tem um conteúdo bastante rico e o evento mostrou para as crianças urbanas como vivem as crianças  dentro de outras culturas, como a quilombola e a indígena.

     Os ingredientes do norte do país são exóticos e as vezes desconhecidos pelas crianças (e adultos) de São Paulo e, por este motivo, decidi preparar um cardápio mesclando preparos "comuns" na cidade com ingredientes presentes na cultura das duas realidades em questão.

Antes do lanchinho fizemos uma roda para "tentar" mostrar e explicar alguns ingredientes, haha, confira:

    Foto: Lucas Calazans Luz

       A comunidade do baixo amazonas é uma região que pratica a extração da castanha do pará e por isso preparei receitas usando ela como base,  é o caso deste bolo. Aliás vamos a receita?

O bolo de macaxeira é um preparo muito comum em boa parte do Brasil. Usei como base a massa de macaxeira (aipim/mandioca), também conhecida como farinha de carimã ou massa puba. É basicamente uma farinha preparada a partir da mandioca fermentada, porém cada lugar tem um nome. Se você mora em São Paulo procure mercados especializados em ingredientes do norte ou use como alternativa  a mandioca ralada, funciona mas não fica tão leve.
Nesta receita usei para adoçar o açúcar demerara pois queria que a receita tivesse um aspecto claro amarelado já que o outro bolo foi a base de melado e ficou escuro. Se você quiser substitua o açúcar demerara por 1/2 xícara de melado ou açúcar de coco, funciona também!

Usei ovos orgânicos da Fazenda da Toca que apoiou o evento com os ovos e o suco!!! Gracias pessoal!

Bolo de Macaxeira

(1 bolo pequeno ou 12 individuais - experimente dobrar a receita para uma forma maior)

250g massa de macaxeira (farinha de carimã ou massa puba)
2 ovos orgânicos
300ml de creme de castanha*
3/4 xícara de açúcar demerara ou melado/açúcar de coco
1 colher de chá de cúrcuma/açafrão da terra em pó ou 1cm fresca
1 pitada de puxuri (se não encontrar use noz mosca
1/2 colher de sobremesa de fermento químico**
1 pitada de sal

1. Aqueça o forno e a 180 graus Celsius e unte uma forma de 20 cm de diâmetro.
2. Coloque tudo no liquidificador e bata até ficar cremoso, coloque na forma, decore com castanhas pela metade e leve ao forno por 20 minutos ou até ficar fofinho e dourado.
3. Espere esfriar e desenforme.

Servimos com café e suco de goiaba e manga ;)

* Coloque 3/4 xícara de castanha na água e deixe hidratar por algumas horas, escorra a água e bata com 150 ml de água no liquidificador, complete com água se for necessário chegar em 300 ml.
**Misture 2 partes de cremor de tártaro e uma de bicarbonato de sódio.

    
    Fim de festa e a equipe mais perfeita e divertida, sem eles seria impossível:
    Foto: Hamaram Nahohen


Friday, June 26, 2015

Bolinho de milho {salgado}

.da série delícias de um liquidificador.

           Esta receita foi especialmente criada para o Piquenique da revista Claudia Filhos (você pode ver mais detalhes neste post).
           É um bolinho de milho salgado, sem glúten, preparado com milho verde, ovos e um pouco de polvilho. Para uma experiência natural a sugestão é usar milho verde fresco, orgânico e não transgênico.

          Perfeito para levar no Pic Nic, lanchinhos e festinhas ;)

Bolinho de milho


14 unidades

6 espigas de milho verde
6 ovos caipiras
5 colheres de sopa de azeite de oliva extra virgem
10 colheres de sopa de polvilho doce
orégano a gosto
1 pitada generosa de noz moscada
sal marinho a gosto

1. Pré-aqueça o forno a 200 graus. Debulhe o milho e bata no liquidificador com os ovos até ficar levemente cremoso, mas ainda com pedacinhos de milho.
2. Transfira a massa para uma tigela e adicione os demais ingredientes, bata bem com uma colher de pau e reserve.
3. Forre com papel manteiga forminhas para cupcake e unte o papel com manteiga. Preencha as forminhas com a massa e asse por 20 minutos ou até dourar.


Saturday, June 20, 2015

Um ano sem comprar roupas + dois costurando


  .quando uma cozinheira resolve costurar.

   Em agosto de 2013 fiz a primeira promessa de ficar um ano sem comprar roupas e nove meses depois fracassei, tive que recomeçar. Foi transformador e vou te contar como foi.


[Aventais para a Tati do Pata Lodge]



           Algumas pessoas, inclusive amigos próximos, não sabem porque do nada eu comecei a costurar, mas agora que passou quase dois anos decidi relatar pois a experiência foi positiva. Quem me acompanha aqui no blog sabe que o conteúdo principal são receitas e  deve estar achando um pouco estranho este assunto. Mas sim, claro! É preciso olhar para todas as dimensões de nossas vidas, não podemos nos limitar somente a origem e qualidade do que consumimos como alimento, né? Não vou negar que o cultivo de alimentos agroecológicos pode levar o mundo em outra direção assim como a alimentação saudável pode transformar a vida de uma pessoa, mas é preciso abrir os olhos para o que as outras "indústrias" estão impactando em nossas vidas, e a moda é uma delas.








(Ganhei este livro da Ana que trabalha na Hedra e achei bem interessante, recomendo)

Você sabe qual a origem do material da calcinha que você esta usando? Quem será que fez o teu pijama?

             Quando rompemos com um padrão, neste caso comprar roupa, passamos a encarar a situação com outros olhos e, além do questionamento, abrimos espaço para o novo, para a criatividade, ou melhor, para expressar quem realmente somos. 
             Mas será que nossa essência pode virar roupa? Ou melhor, nossa roupa pode expressar nossa essência? 



        Pode ser que sim. Inconscientemente, mesmo sem pensar, nos vestimos conforme nossa emoções e situações. Tem dias que estamos nos sentindo leve, lindo, depressivo, relaxado e as vezes nada disso importa pois vestimos uniformes. E este é o caso de quem trabalha em cozinha profissional por exemplo.

Mas porque parar de comprar roupas? Ou melhor, porque voltar a costurar?

            Boa pergunta. Vale lembrar que sou uma pessoa que cresceu em uma cidade industrial onde grande parte da população gosta de ir ao Shopping e costuma se vestir semelhante as outras. Diferente de outros lugares onde os estilos são mais expressivos.  Por isso sempre gostei de garimpar roupas em viagens e brechós de época, pois era o único jeito de encontrar peças acessíveis e originais.
           {Sorocaba produzia um linho de excelente qualidade e foi até considerada a Manchester paulista  devido seu histórico com a indústria têxtil e a estamparia.  Curiosamente estive na Manchester inglesa em 2006 - para fazer um curso de cozinha vegetariana - e na  ocasião conheci a cidade que,  além da história com a indústria de tecido, tem museus, brechós incríveis e transpira vanguarda. Não que a grama do vizinho seja mais verde mas não vi nenhuma semelhança com a manchester paulista no que diz a originalidade visual e cuidado com o patrimônio histórico.  Por aqui uma das fábricas virou shopping, outra virou empreendimento imobiliário e o que restou torcemos para que vire um museu de tecelagem.}
           Começou a ficar difícil encontrar boas opções pela região e as vendedoras tinham que ter paciência comigo. Sempre houve algo que me incomodava, as vezes um tecido, um zíper, uma textura, o corte, o acabamento e principalmente o estilo. Buscava algo que só agora descobri, estava guardado aqui dentro.
           Tudo isso para não falar no que é os bastidores desta industria. Como saber quem não explora? Hoje  existem tantos conceitos em volta de uma marca que fica difícil identificar quem realmente realiza um processo que beneficie a todos de maneira saudável dentro da cadeia produtiva.
            Sempre existiu uma vontade de costurar as próprias roupas mas nunca dei muito ouvidos pra isso, parecia impossível.


 
[O avental Roseira ficou com minha prima Paula]

            Processos são fundamentais para compreender como as coisas funcionam e também para poder colocar em prática nossas idéias, nada brota nas prateleiras do nada.          
            É importante ter consciência daquilo que consumimos. Ao comprar contribuímos para aquela cadeia continuar. Cada coisinha tem uma origem, uma composição, uma soma de manifestações. 

Fashion Week - engraçado!
BBC - documentário "Dying for a bargain"

Homo consumus, consumo logo existo

            Foi se um tempo, e não muito, algo como três gerações atrás onde quase toda mulher sabia costurar e cozinhar pelo menos o básico.  Tipo pregar um botão e fazer uma barra. Não estou julgando que seja bom ou ruim, apenas lembrando que as pessoas estavam vivenciando mais os processos. Quem não costurava sempre tinha uma irmã, uma tia ou até uma vizinha que entendia. Mas de repente tudo mudou. A indústria, baby, nos contagiou. O homo sapiens virou o homo consumus e  começou a consumir de tudo e mais um pouco.
            Esta semana  vi uma bota em uma vitrine que tinha um aspecto de "usado" pois deve estar na moda. Não é engraçado isto? Você comprar um objeto que parece que já foi usado mas na real tá na cara que não foi? 
            Mas e antes? Beeeeem antes. Como era feito para adquirir uma coisa que alguém não tinha? Fazia ou trocava. Eu tenho cacau e você tem limão, como é que faz? Feiras e trocas, sim Senhor.
             {Já troquei desde desenhos por aula de yoga até um aluguel em troca de levar um cachorro, o August, para passear todos os dias. Mas ainda sinto que existe resistência em trocar roupas, principalmente usadas. Concordo que precisamos doar também, mas e aquele vestido que você comprou e usou só uma vez e não consegue usar e nem doar? Bota para circular, plataformas como o enjoei e feiras de trocas são bons meios de começar.
         Nunca esqueço do bazar que fizemos no Rosinha lá em Águas de São Pedro, algumas peças eram tão boas que fizemos até um leilão, foi muito engraçado. Altas trocas com a Helô, Valentine, Ju e Ana. No primeiro bazar de troca da Morada troquei uma pintura por um  brinco de pedra da Lua e no segundo um vestido lindo por cartas de tarô. Mês passado troquei blusas com minha amiga Maria.}
            Foi entre estas e outras questões que optei por fazer esta promessa de ficar 1 ano sem comprar roupas. Ora bolas, a quantidade de roupas que tenho é o suficiente para viver e eu ainda posso trocar, doar e costurar. Tem coisa mais legal? Sim tem, pois costurar exige tempo, paciência, máquina de costura, tecidos, linhas e se você não curtir o processo o resultado não vai ser legal e a vida lá fora será mais interessante. O processo é valioso e no inicio parece impossível.

O primeiro sintoma

           

A parte boa é que por conta da promessa voltei a encarar a costura com mais afinco e com uma máquina Vigorelli antiga, presenteada por minha mãe, e uma Singer, presenteada pelo namorado, comecei fazendo bolsas e saias com tecidos de roupas velhas. Aprendi a costurar basicamente vendo vídeos pela internet. O molde eu já tinha uma base pois em 2007 havia feito um curso de modelagem e moulage, mas ficou faltando a parte da costura.
            Quando peguei o jeito na máquina comecei a costurar algumas saias godês para vender. Gosto de saia pois foi uma das primeiras peças de vestuário, homens e mulheres usavam em tempos antigos. Pronto,  nasceu Rita Maria. Um surto que ainda reverbera e este foi meu primeiro sintoma.



Assumindo o fracasso

            Em dezembro de 2013  adquiri 2 peças que minha razão achou que tudo bem pois não tinha saída:
            1. Uma calça jeans  - estava sem e não tinha maquinário para produzir.
            2. Um sutiã - precisei de um da mesma cor de um figurino de flamenco e eu não tinha a mínima noção por onde começar a costurar um sutiã.

             Mas o pior foi  em abril de 2014,  após 9 meses de caminhada, quando rompi a promessa durante uma viagem a Portugal. Comprei algumas peças de inverno pois fazia um frio de quebrar os ossos e foi o suficiente para me frustrar. Inconformada comigo mesma zerei e um mês depois comecei de novo. E foi aí, nestas semanas de intervalo, que comprei 3 vestidos. Foi uma espécie de descontrole,   me senti com falsa liberdade, foi estranho. Você já viu um filme chamado Surplus? É do Erik Gandini, me ajudou a abrir um pouco os olhos na adolescência.



   
A verdadeira promessa – 1 ano sem comprar roupa –
maio 2014, marco zero.

            Na primeira semana de maio de 2014 zerei e comecei a promessa novamente, agora incluindo bolsas e restringindo a não comprar nenhuma peça, mesmo que necessário. E Hoje 1 ano e um mês depois, consegui. Quando olho para trás muita coisa mudou, até uma camisa para o namorado consegui fazer. Foi muito difícil, fazer um jantar para 20 pessoas é muito mais fácil.
            Desta vez não participei do festival de dança onde faço ballet pois as academias padronizam o figurino e você não pode fazer o seu. Já na escola de flamenco acabei fazendo a loucura de produzir o figurino da minha turma inteira, 9 meninas, cada uma com um figurino diferente – e não contei para ninguém da promessa!!!!! O ano anterior já me incomodou o fato de comprarmos uma roupa pronta, afinal o figurino é tão importante dentro do contexto gitano que não consigo compreender porque as escolas de flamenco fazem isso. E, desta vez, ou eu fazia ou não dançava. Insisti com as meninas em criar um figurino ao invés de comprar pronto e elas super toparam. Foi quando busquei ajuda de uma professora de costura, a Gi.

O tema do festival foi uma homenagem a orquestra Casino de Sevilla e para  incrementar o figurino aprendi a fazer crochê e confeccionei, em viscose, dois mantos com franja, um pra mim e outro para a Juliana que foi quem trouxe esta idéia. No inicio pensei ser incapaz de fazer tudo aquilo, e sim tive problemas durante o caminho, normal. Uma das garotas não gostou, uma emagreceu muito e outra ficou grávida. Consegui contornar todas as situações mas após as apresentações me desliguei da escola. Senti uma certa frustração, pois na realidade gostaria de estar em um local onde cada dançarina confeccionasse o próprio vestido, afinal cada uma é uma.


Rita Maria – o nascimento da marca.

            Comecei a ser convidada para participar de alguns bazares com a Rita Maria que, além de saias, agora produz aventais, granolas, bolsas de retalhos e outras peças sazonais e artesanais. O primeiro foi o bazar do MACS (Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba), depois veio o Ocupação Jovem, Mundo Mix em SP, na loja My Mobb e as edições do Bazar do Bar.



[bazar na Mymobb de Sorocaba]


            Além da costura acabei descobrindo o crochê, bordado e outras técnicas como o tingimento com índigo vegetal. 



Tingir é tipo cozinhar as roupas, mas é uma coisa bem mais sistemática do que preparar uma refeição. 

     O aprendizado com o índigo é recente e me trouxe reflexões mais profundas a respeito dos pigmentos de origem natural. O indigo merece um post só pra ele, mas aqui você já pode conferir algum resultado.

 São muitas coisas para aprender e desenvolver neste universo do vestuário. É como a cozinha, quanto mais praticamos mais descobrimos, é infinito.


[Avental com serigrafia artesanal para a Fer, do Alimentar Verde, usar em suas bodas culinárias]

 É tudo simples e artesanal mas o processo  tem sido cada vez mais interessante. Não consegui variar muito as peças pois a costura disputa o tempo com a cozinha, mas aos poucos ela esta invadindo. Pode ser que quem entende de moda ache tudo muito básico, mas a idéia é realmente esta. Uma peça simples, bonita e que funcione em um determinado estilo de vida. Acho que o avental-vestido é perfeito, você fica  linda e já esta com sua roupa de "trabalho".


[Avental Volpi que foi para a Marcela do Dona Violeta]

O detox

Quando deixei de comprar roupas observei alguns sintomas curiosos mas que com o tempo foi evoluindo em um sentido maior de consciência. 


[ilustra para coleção de camisetas Rita Maria para Ashtanga Yoga Floripa]

O primeiro estágio, a abstinência, foi quando senti o impulso de entrar em uma loja. Entrei para ver mas ao identificar que não poderia comprar veio uma estranha sensação, não sei descrever, talvez seja a abstinência.
O segundo estágio foi sentir o impulso de querer ver mas após entrar na loja já dava vontade de sair.
O terceiro estágio foi ver uma vitrine e sentir vontade de entrar na loja, mas logo em seguida o impulso perdia força e eu nem entrava.
No quarto estágio eu já não olhava e nem sentia vontade de ver e comprar nenhuma roupa. 
E, finalmente, o quinto estágio, o inesperado, foi quando começaram a me procurar para desenhar e criar peças.
[Crop Medita Flores para Ashtanga Yoga Floripa, fiz somente o desenho e modelagem, quem fechou a peça foi uma malharia]
[Avental para o crowdfunding do Brownie do Luiz)


Hoje vivo o sexto estágio, onde consigo identificar modelagens e acabamentos, observo , analiso e sinto que consigo absorver algo para mais tarde somar. Após desenvolver um pouco a prática da costura agora estou buscando trabalhar com tecidos orgânicos, que são mais caros e beeeeeem mais difíceis de achar. Para pessoas que compram poucos metros é muito difícil encontrar tecidos orgânicos e acessíveis, mas estamos indo em passo de tartaruga.
Não sei se vou ter a glória de experienciar o sétimo estágio, o que será? Tecer um tecido?

Malasana – a costura e o yoga

Parte do bem-estar que a costura me trouxe, além de proporcionar a sensação de realização, feminilidade, criatividade, raciocínio 3D  e outras tem como brinde os benefícios da postura Malasana do yoga ou a popular “cócoras”.

Este é o asana perfeito para ficar trabalhando no chão enquanto desenha molde ou corta tecido. Observe que as crianças usam esta postura direto para brincar e que, sem saber, alonga os tornozelos, panturrilhas, tendões, relaxa a região lombar, os órgãos inferiores e  aumenta a concentração.

Quem conhece costureiras sabe que é uma profissão que judia muito da coluna pois elas passam muito tempo sentadas. Mas na verdade quando você vivencia todo o processo este assana pode trazer benefícios ao invés de prejudicar.

A consciência de vestir

I – Somos livres para vestir e não precisamos seguir uma moda que esta sempre mudando.

II - A moda deixa as pessoas iguais. Quanto mais na moda e descolado você for, mais sem personalidade você é, visualmente falando.

III - A moda detox é mais uma moda, porém interessante. Os antenados da moda já falam em descarte, fibras naturais, pigmentos botânicos e os brechós entram ainda mais na moda. Rs. 

IV - A moda desvaloriza quem faz e valoriza quem “cria”, mas o cenário esta se modificando, Graças a Dios. Em outras palavras a costureira, assim como a cozinheira, são desvalorizadas. Ao contrário do estilista e do  chef de cozinha.

V - São raros os que desenham e também modelam e  costuram. Por isso é importante valorizar os alfaiates e sapateiros artesanais de sua cidade.

VI  - Slow Fashion é interessante. A moda se inspirou na cozinha com o Slowfood (e o detox) e hoje busca um resgate e a valorização de peças únicas e atemporais.

VII – Estar fora de moda e costurar as próprias roupas são maneiras de descobrir o próprio  estilo.

VIII – Se você não pode fazer valorize quem faz.

IX – Desconfie das roupas assim como você desconfia de um milho, procure saber a origem.

X – Glamour é um lixo e a simplicidade é um luxo.

XI- O lixo é um luxo. – Reutilizar matéria-prima é super.

No próximo post prometo que coloco receita ;) 


[Mandioquinha no ateliê]